Tenho uma filha de 25 anos muito talentosa na área das artes e línguas, que nesse mês de junho colará grau no curso de graduação em Designer.
A felicidade e o orgulho que nos invadem é imensa, pois olhando para traz, pudemos ver como foi trilhado esse percurso: muita luta, brigas e enfrentamentos.
Pelos filhos somos capazes de quase tudo, menos de permitir que os outros os desrespeitem e limitem seus passos.
E foi exatamente isso que fiz ao longo desses 25 anos de sorrisos, gargalhadas e lágrimas.
Desde tenra idade foi considerada "esquisita, sistemática, birrenta e cheia de vontades". Precisei afastar-me de minha família por não concordar com tais rótulos.
Não sabia do que se tratava, sentia que era diferente, mas a amava e respeitava , acima de tudo.
Desde a educação infantil ao ensino médio, minha princesa passou por oito escolas.
Via-me obrigada a tais mudanças diante do seu desconforto frente ao despreparo dos educadores em lidar, respeitosamente, com a diversidade.
Agora, ao fim de mais um ciclo em nossas vidas, é que estamos á caminho do diagnóstico definitivo: A Síndrome de Asperger.
Confesso que tal conclusão não mudará a minha postura enquanto mãe, porém, trará o consolo e a tranquilidade de saber que tentei ser uma mãe suficientemente boa e sei que o consegui, visto o resultado apresentado: minha filha concluir a graduação, dominar duas línguas estrangeiras (inglês e francês), além, é claro do nosso idioma.
Isso para nós é uma vitória.