Diversidade Asperger Diversidade Asperger Author
Title: Aspergers: Vitimas do Bullying
Author: Diversidade Asperger
Rating 5 of 5 Des:
    Segundo pesquisas, o bullying é normalmente investido contra crianças e adolescentes que tem um perfil "passivo", principal...
    Segundo pesquisas, o bullying é normalmente investido contra crianças e adolescentes que tem um perfil "passivo", principalmente no ambiente escolar. São aquelas crianças que podem ser fisicamente mais fracas do que as demais, inseguras, caladas, introspectivas e passivas, sendo vistas pelos outros como "alvos fáceis".
    Elas geralmente apresentam baixa auto-estima, são isoladas socialmente, tímidas ou com comunicação difícil e pouca reação a comportamentos provocadores e agressivos.  Além disso, as vítimas podem ser também aquelas que apresentam ainda alguma caraterística que as diferenciam dos demais: gordos, altos demais, com cabelos ou roupas diferenciadas, características físicas (orelhas, nariz, cor de pele), religião, opção sexual, manias, dentre outras. 

Mas porque falar de Bullying com Aspergers?
    As características das crianças e adolescentes comaspergers, em comparação com as características das crianças geralmente alvo debullying, observamos que as semelhanças sãoimpressionantes. Ou seja, as características dos alvospassivos são similares às características de apresentação social comumente  vistas em aspergers.
    Em minha experiência profissional com crianças e adolescentes autistas, em especial os aspergers, notamos reclamações constantes dos familiares de que esses são vítimas constantes de bullying nas escolas.  Geralmente, essas reclamações não partem das próprias vítimas, até porque muitos não se dão conta de que estão enfrentando o famoso " bullying" devido à " inocência social" presente nos aspergers.
    Quando revemos os conceitos e características dos alvos dos praticantes do Bullying, torna-se claro que as crianças com Síndrome de Asperger apresentam muitas das características mencionadas acima; e com um agravante: sem conhecer o diagnóstico, os desavisados tem a impressão de que as pessoas com o Transtorno  Asperger são " sem educação" , sendo apelidados de " nerds" e "CDFs" em muitas ocasiões. São antipatizados até por alguns adultos, incluíndo professores, coordenadores, vizinhos, etc.
    Um outro facilitador dessa prática para com os aspergers, é a falta de reação destes diante dos agressores, por pura falta de conhecimento de que determinadas atitudes de terceiros não são aceitáveis.

A falta de reciprocidade nas brincadeiras.
    Relatos de mochilas jogadas no lixo, lanches subtraídos, ridicularizações, tapas no rosto, empurrões e gozações já me foram relatados por famílias, abaladas e chocadas com tamanha desumanidade dos colegas. Nestas situações, os pais se sentem impedidos de defender o filho dentro da escola, o que causa muita dor e sofrimento.
    As crianças e adolescentes aspergers por sua vez, quando são instruídos de que essas ações são abusivas e desrespeitosas, podem tomar medidas extremas como revidar - o que pode ser mais inadequado ainda, causando mais confusão, e reforçando um falso estigma de agressividade.

Mas então , o que fazer?
    Em primeiro lugar, a escola deve ter uma política contra o Bullying. É imprescindível essa ação para que as crianças e adolescentes tenham um comportamento respeitoso e tolerante para com os aspergers.  Essa política deve envolver os adultos que trabalham na escola: professores, funcionários e também os pais. Divulgação, cursos, treinamentos e intervenções imediatas são algumas das ações necessárias.
    Havendo um núcleo de inclusão , ou um profissional especialista que possa acolher os asperges nessa situação, os contratempos podem ser resolvidos e esclarecidos o quanto antes, evitando o stress, o envolvimento do Ministério Público e outras instâncias ligadas à infância e à justiça.
    As famílias devem ficar atentas aos sinais que as vítimas de Bullying normalmente apresentam, para realizar as intervenções rapidamente. Esse abuso pode ser investido contra os aspergers em outros ambientes: clubes, vizinhos, futebol, com os amigos ou na própria família.
    A melhor forma de prevenir é a conscientização e a educação. O dialógo também deve ser a primeira maneira de abordar o assunto com os agressores. Caso contrário, o assunto deve ser levado às autoridades competentes.

Cristina Silveira

Advertisement

 
Top