Vocabulário sofisticado, habilidades fabulosas e pouca interação social. Esses podem ser sinais de um transtorno da mente ainda pouco conhecido
As boas notas no colégio, o vocabulário rebuscado, a restrição em campos de interesse e a dificuldade de relacionamento podem ser sinais de um transtorno da mente, até bem pouco tempo desconhecido pelos médicos. A síndrome de Asperger, também chamada de síndrome do gênio, tem ganhado cada vez mais atenção de especialistas, pais e professores. ``São mais casos ou mais diagnósticos?``, questiona o neuropediatra Lucivan Miranda.
Considerada um tipo leve de autismo, os portadores desse tipo de transtorno apresentam características bem distintas. De acordo com Alexandre Costa e Silva, psicólogo e diretor da Casa da Esperança, referência no atendimento às crianças autistas, os portadores da síndrome de Asperger se caracterizam pela dificuldade interrelacional, de comunicação e restrição no campo de interesse.
Ou seja, não desfrutam de contato social, não costumam brincar com outras crianças, tem dificuldade em entender as intenções dos outros, não costuma olhar nos olhos por muito tempo em uma conversa, usa uma linguagem formal, demonstra pouca imaginação e criatividade, possui uma pobre coordenação motora, quando algum tema o fascina, ocupa a maior parte do tempo em pensar, falar ou escrever sobre o assunto, além de repetir compulsivamente algumas ações.
Para a psicóloga Clarissa Leão, pais, professores e profissionais de saúde devem atuar em conjunto para um prognóstico satisfatório. ``É preciso lidar com o preconceito e buscar estratégias de socialização``, adverte.
O transtorno foi relatado pela primeira vez em 1944 pelo médico austríaco Hans Asperger, que descreveu um conjunto de características apresentadas por crianças com pouca interação social, mas sem atraso no desenvolvimento da linguagem e cognitivo. Apenas em 1994, que a síndrome foi oficialmente reconhecida no Manual de Diagnóstico e Estatísticas de Desordens Mentais.
A síndrome de Asperger está incluída nos Distúrbios do Espectro do Autismo, e atinge a comunicação, a interação social e o comportamento. Entretanto, não afeta o aprendizado ou o intelecto. Muitos portadores dessa síndrome possuem talentos ou habilidades extraordinárias.
É o caso dos cientistas Albert Einstein e Isaac Newton. Segundo pesquisadores britânicos, os dois podem ser considerados casos clássicos da síndrome de Asperger & mesmo não tendo sido diagnosticados na época. A inteligência normal ou acima da média, habilidades com números ou assuntos específicos e talentos inexplicáveis favorecem a popularização da síndrome do gênio.
As causas do transtorno ainda são desconhecidas. O número de pesquisas sobre o assunto ainda é reduzido e suscita muitos questionamentos. O que se sabe é que a síndrome de Asperger costuma acometer principalmente o sexo masculino. Pesquisas apontam que o número de vítimas masculinas de autismo é quatro vezes superior ao de femininas, e a relação é de nove para um quando se trata da síndrome de Asperger.
O Ciência & Saúde desta semana vai mostrar como identificar, tratar e conviver com a síndrome.
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