Louca, bizarra, estranha. Várias definições foram dadas à cantora ao longo dos seus 53 anos. Em desabafo recente, ela fala sobre a doença que tem desde criança: “ela não me define, apenas dá uma maior compreensão de quem eu sou”Nascida em uma pequena aldeia escocesa, Susan Boyle poderia ter recebido o diagnóstico da síndrome de Asperger quando ainda era criança, se a medicina não fosse precária na época. Ao contrário disso, seus pais foram orientados a não esperarem muito da filha e acreditar que o cérebro dela nasceu danificado - mal sabiam eles o sucesso que ela faria mundialmente após participar de um show de calouros, em 2009. Para quem não sabe, a síndrome atinge 1 a cada 200 pessoas, é uma variação do autismo que faz com que os portadores tenham também uma inteligência acima da média. Introspecção e dificuldade de comunicação que atrapalha o dia a dia são características da doença. Susan foi diagnosticada com Asperger apenas aos 51 anos, o que define como “momento de grande alívio, compreensão e aceitação de muita coisa na sua vida”.
A cantora manteve segredo sobre a síndrome por mais de um ano após a descoberta. "Afinal, como eu poderia debater um diagnóstico de algo que eu estava começando a aprender a respeito e entender que influência tinha sobre mim? Após um ano de aprendizado eu finalmente me senti à vontade para falar da doença e compartilhar com as pessoas uma parte importante da minha vida", desabafou em carta publicada no site do jornal The Daily Beast. A escocesa conta também que o modo como falou em público sobre Asperger foi cuidadosamente gerido, escolhendo cada palavra.
"Precisava garantir que não fosse ridicularizada por aquelas pessoas menos compreensivas. Já basta todas as vezes que reagi diferente a certas coisas e me rotularam de louca, bizarra e estranha ao longo dos meus 53 anos. Então foi muito importante falar sobre esse problema pessoal, da maneira certa. Não quero que as pessoas me julguem ou vendam manchetes em cima disso, nem servir de chacota na web. Então fiz questão de mostrar que a vida de alguém com Asperger pode ser tão normal quanto a de qualquer pessoa. Há lutas e reações a situações inesperadas. Mas isso é diferente na vida de alguém?", continuou Susan na carta.
Para ela, Asperger e autismo não têm que ser tabus. Ao contrário: as pessoas precisam entender mais do assunto antes de falar a respeito. Não é questão de ter pena, mas sim de entender. Quanto a Susan, a vida vai muuuito bem, como ela concluiu na carta doThe Daily Beast: "Sou abençoada. Mal consigo acreditar como minha vida tem melhorado a cada dia. Terminei uma turnê escocesa, agora estou viajando pela Inglaterra para show em 19 datas diferentes, por todo o país. A vida está indo de vento em popa e nada me segura. É por isso que faço questão de falar sobre a síndrome de Asperger. Ela não me atrapalha mais (como já aconteceu em certos momentos) e não me define. Apenas dá uma maior compreensão de quem eu sou".
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